10 motivos para contar com a ajuda de um profissional
1. O arquiteto é o profissional tecnicamente capacitado para resolver os problemas de uma obra, podendo conceber melhor os ambientes para o ser humano viver.
2. Esse profissional faz o projeto arquitetônico, que é o conceito da obra, com as soluções de acordo com o espaço e as necessidades do cliente, e apresenta diferentes alternativas de custos.
3. Em caso de obra nova, o arquiteto ajuda desde a escolha do terreno. Nas reformas, avalia a estrutura que pode ser mantida e a que precisa ser renovada ou removida.
4. O cálculo correto do que pode ser feito ajuda no melhor aproveitamento do espaço. No projeto, a circulação e a distribuição dos móveis são previstas com exatidão.
5. A partir do projeto, o arquiteto planeja a compra do material adequado e na quantidade certa, o que evita o desperdício e resulta em economia no custo final da obra.
6. Quando gerencia a obra, o profissional contrata mão de obra qualificada e acompanha cada etapa do processo. Isso evita maiores dores de cabeça com erros e atrasos nos serviços.
7. Sem um planejamento, os erros são maiores, incorrendo em execuções e demolições até o acerto final e gerando despesas maiores que as previstas no início da obra.
8. A obra com projeto feito por um arquiteto é mais econômica. A previsão, desde o início, de todas as instalações hidraúlicas e elétricas evita novo quebra-quebra.
9. O cronograma, feito pelo arquiteto, prevê a ordem dos serviços. Isso faz com que um trabalho não leve a refazer o outro. Exemplo: a raspagem do assoalho de madeira após a pintura das paredes.
10. Com um arquiteto envolvido na obra, naturalmente ela é mais valorizada. Além disso, no contrato, o profissional dá garantia contra vazamentos ou erros de instalações.
Fontes: Gilberto Belleza, arquiteto e ex-presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, e Gustavo Calazans, arquiteto
O mestre Artigas, em defesa do profissional
• “É vezo brasileiro fazer as coisas sem plano inicial perfeitamente elaborado. Quando se pergunta sobre como ficarão esses e aqueles pormenores, a resposta é sempre a mesma: ‘Ah! Isso depois; na hora, veremos’. Assim, fazem-se as casas, os prédios e as cidades. Nesse empirismo, vivem a lavoura, a indústria e o próprio governo.”
• “Ninguém pode negar que o projeto feito pelo técnico contém em si uma previsão maior dos diversos detalhes do que o projeto rabiscado pelo construtor e pelo proprietário.”
• “Se na ocasião de executar um serviço, verificar-se um contratempo qualquer, um cano que não pode passar porque tem uma porta ou um esgoto aparecendo no andar de baixo, o construtor resolve em função do problema, no momento. Entretanto, se isso tivesse sido previsto, não precisaria de forro falso ou qualquer outra coisa. No papel, teria sido procurada e encontrada a solução mais econômica para o caso, e a mais bonita.”
• “O construtor, por exemplo, não projeta as instalações elétricas. Ele chama um eletricista que dispõe a coisa à sua vontade. Usa os canos que ele quer e os fios que acha melhores. Poucos entendem disso e ninguém iria fiscalizá-lo. Acontece, porém, que os fios, quando são demais em relação à corrente que transportam, dão muitas perdas. Estas traduzem-se em despesa mensal maior de energia durante 50 ou cem anos. Assim, você pagaria cem vezes um bom projeto de distribuição de eletricidade.”
• “Arquitetura é construção e arte. Arte não tem livro de regulamento que ensine. Nasce dentro de cada um e desenvolve-se como conjunto de experiências. O valor artístico é um valor perene, enorme, inestimável. É um valor sem preço e sem desgaste.”
Vilanova Artigas
São Paulo, julho de 1945
Trechos extraídos de carta publicada no livro Vilanova Artigas (1997), Série Arquitetos Brasileiros, Instituto Lina Bo e P. M Bardi, 216 págs.